A gestão eficaz de um isolamento acústico ou absorção sonora desempenha um papel importantíssimo na criação de ambientes confortáveis e funcionais. Ao enfrentar desafios acústicos, muitas vezes surge a questão sobre qual é a melhor abordagem para controlar o som.
O isolamento acústico e a absorção sonora são conceitos distintos, que se referem à propriedade dos materiais de absorver ou de isolar o som. Eles se diferem entre si devido aos seus propósitos e métodos, e, muitas vezes, podem ser até complementares.
O fato é que ambos têm grande importância em um tratamento acústico para qualquer ambiente. Enquanto um visa bloquear a transmissão do som entre espaços, o outro concentra-se na redução da reverberação e no aprimoramento da qualidade sonora interna.
No texto a seguir, vamos explorar detalhadamente as características distintas de cada uma dessas opções, de modo a orientar suas escolhas para criar ambientes acusticamente equilibrados e adaptados às necessidades específicas de cada contexto. Confira!
O que é isolamento acústico e absorção sonora?
O isolamento nada mais é do que uma característica atribuída aos materiais a respeito da sua capacidade quanto à condutividade sonora, térmica ou de vibrações. Já o conceito de absorção está relacionado à parcela de energia que persiste em um corpo após incidir sobre ele.
Isolamento Acústico
Quando o assunto é isolamento acústico, o ideal é escolher um material que seja considerado um mal condutor sonoro, pois isso indica que ele será capaz de diminuir (parcial ou totalmente) a intensidade sonora de um ambiente para outro. Usar um material como esse possibilita realizar uma isolação para que o som não passe para outro ambiente.
Esse tipo de tratamento acústico deve ser realizado sempre que for necessário reduzir a intromissão do som produzido de um local para outro – ou seja, de “fora para dentro”. É o caso mais indicado para barrar os sons produzidos por fontes como tráfego, elevadores, tubulações, música, etc.
Para minimizar a passagem de som, o isolamento acústico geralmente é feito a partir do uso de materiais ou de sistemas construtivos como paredes, portas, janelas e lajes.
Esse tipo de sistema evita a transmissão aérea do som. Quanto mais “pesado” o material utilizado para essa finalidade, melhor será o seu isolamento acústico.
Se, por um lado, o isolamento é a maneira como o som atravessa determinado material, a absorção, por sua vez, é a capacidade do material de transformar a energia sonora em energia mecânica e térmica. Ela é utilizada principalmente para minimizar problemas relacionados à reverberação.
Absorção Sonora
A absorção envolve o uso de materiais porosos e acústicos, que têm a capacidade de capturar e converter as ondas sonoras em energia térmica. Ao instalar esses materiais em paredes, tetos e outras superfícies, é possível reduzir a reflexão do som, controlar o tempo de reverberação e criar espaços mais agradáveis.
Ou seja, a capacidade de absorção sonora de um material é determinada pela sua densidade e espessura. Ela acontece como um resultado de dois fenômenos: a dissipação sonora e a transmissão sonora.
A dissipação se dá em decorrência do movimento das partículas de ar no interior do material quando ocorre a passagem da onda sonora. Isso significa que, para que um material seja considerado um bom absorvedor sonoro, é preciso que ele permita que as partículas do ar penetrem e se movimentem em seu interior – por isso são utilizados materiais porosos.
Já a transmissão sonora se dá pela passagem da onda sonora através do material e sua chegada do outro lado. Assim, para que os materiais porosos e fibrosos possam apresentar toda a sua capacidade de dissipar energia sonora, devem ser fixados sobre uma superfície sólida.
Os principais materiais utilizados para absorção sonora são as espumas em geral, as lãs (de vidro, de rocha e de PET), os feltros e outros tecidos com espessura considerável.
A maneira como as moléculas do material se acomodam umas com as outras é o que determina suas características sonoras. O vidro, por exemplo, pode ser um excelente isolante, mas não absorve o som. Isso porque ele é um material sólido e denso, sem porosidade significativa.
As ondas sonoras tendem a ser refletidas por superfícies sólidas e densas, como o vidro, em vez de serem absorvidas – o que explica porque o vidro não consegue dissipar a energia acústica de maneira eficaz, resultando em reflexões sonoras.
Diferenças entre os materiais
Segundo o que pudemos observar nas informações acima, os materiais considerados boas opções para absorção sonora são leves (tendo pouca massa), moles e porosos.
Já os materiais com características favoráveis ao isolamento acústico são pesados (muita massa), duros e lisos, como concreto, aço, vidro, chumbo, entre outros.
Sabendo desses detalhes, fica mais fácil escolher a solução mais adequada de acordo com o que você precisa, certo? Confira algumas dicas a seguir que vão te ajudar nesse sentido.
Afinal, qual solução escolher?
Conforme vimos, o isolamento acústico é projetado para bloquear a passagem do som entre espaços. Se o seu principal objetivo é evitar que o som entre ou saia de um determinado ambiente, como salas de estudo, quartos, ou salas de reunião, o isolamento acústico é o tratamento mais apropriado no qual você deve investir.
Para implementar o isolamento acústico, é necessário utilizar materiais densos e massivos, como paredes de drywall com camadas adicionais de material isolante, portas sólidas, e vedação de frestas e juntas.
O foco está em criar barreiras físicas que impeçam a transmissão do som de um lado para o outro.
A absorção sonora, por outro lado, é mais eficaz em controlar os níveis de ruído dentro de um espaço. Se o seu objetivo é reduzir o eco, minimizar a reverberação ou melhorar a qualidade sonora em um ambiente, como em salas de home theater ou restaurantes, a absorção sonora é a opção a considerar.
Materiais porosos e acústicos, como painéis de espuma, lã de vidro ou lã de rocha, são utilizados para absorver as ondas sonoras, evitando que se propaguem e causem reflexões indesejadas.
Mas como você já deve imaginar, o ideal é que esses dois conceitos sejam implementados em conjunto. Para a construção de um estúdio, por exemplo, é preciso investir tanto para que o som não incomode os vizinhos, quanto para garantir o tratamento interno do som.
Isso vale para qualquer caso, mas é claro que os requisitos de absorção sonora e isolamento acústico de uma igreja são completamente diferentes dos de um restaurante. É preciso compreender claramente os objetivos de cada tipo de tratamento acústico para que seja possível encontrar a solução mais adequada para o seu caso.
Para garantir uma boa escolha, o primeiro passo é analisar o ambiente e identificar se o problema que você deseja resolver está relacionado à transmissão de som entre espaços ou à qualidade sonora dentro de um espaço específico.
Em seguida, é preciso definir seus objetivos: se você precisa de privacidade sonora, o isolamento acústico deve ser prioridade. Mas se o foco é melhorar a acústica interna, aposte na absorção sonora.
Ambas as abordagens podem ser combinadas para obter resultados mais abrangentes e eficazes no controle do som.
Para complementar a abordagem de isolamento acústico, a instalação de janelas antirruídos pode ser uma escolha eficaz. Janelas desse tipo geralmente possuem vidros duplos e estruturas robustas que ajudam a reduzir a transmissão de som externo para o interior do ambiente.
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